Em 1987, no relatório intitulado “Nosso Futuro Comum,” a norueguesa Gro Brundtland cunhou o termo que viria a moldar as discussões ambientais, sociais e econômicas das décadas seguintes: sustentabilidade. Atualmente, é amplamente reconhecido que sustentabilidade significa usar os recursos naturais de forma consciente, sem comprometer o bem-estar das gerações futuras. No entanto, essa lógica se torna subversiva à relação tradicional com o meio ambiente em uma sociedade altamente industrializada, extrativista e consumista.
Dados atuais que mostram o aumento descontrolado do aquecimento global e a extinção de espécies demonstram que a corrente sustentável, incluindo aquela defendida por Brundtland, foi minimamente seguida. As consequências desastrosas para o planeta, resultantes dessa negligência, foram amplamente ignoradas. Por isso, é crucial implementar ações que promovam a sustentabilidade, começando em ambientes familiares e escolares.
Nesse contexto, crianças e adolescentes tendem a imitar comportamentos e compartilhá-los, especialmente em grupos sociais. Portanto, é essencial que os jovens estejam em ambientes que desenvolvam bons valores, como empatia, valorização da educação, generosidade e conscientização ambiental. Com criatividade e comprometimento, cada escola pode contribuir para um mundo mais sustentável, enfatizando esses valores.
O professor Aurélio Tonetto de Biologia, com o apoio dos alunos do Colégio São Vicente de Paulo Jundiaí, está desenvolvendo um sistema de coleta seletiva mais simples e prático, reduzindo o número de cores de lixeiras para apenas azul e vermelho. Em resumo, a coleta será organizada da seguinte maneira: as lixeiras azuis serão destinadas a resíduos secos/recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal; enquanto as lixeiras vermelhas serão designadas para resíduos úmidos/orgânicos, como restos de comida, cascas de frutas e guardanapos sujos. Esta iniciativa visa facilitar a compreensão dos alunos e demais membros da comunidade escolar, criando um ambiente mais limpo e ecologicamente sustentável.
Em meio à crise ambiental global, é crucial promover a sustentabilidade no ambiente escolar. As escolas desempenham um papel essencial na formação social, devendo incorporar práticas sustentáveis em suas rotinas diárias e programas educacionais. A implementação de um sistema de coleta de resíduos na escola não apenas educa os alunos sobre a importância do descarte adequado, mas também incentiva hábitos que podem ser adotados ao longo da vida adulta, contribuindo para uma sociedade mais consciente e responsável.
Além da separação eficiente dos resíduos, a adição de cartazes explicativos facilita a identificação correta do recipiente para cada tipo de material, ao mesmo tempo que enfatiza a responsabilidade individual no descarte adequado. Essa abordagem substitui as lixeiras coloridas que nem sempre atendem aos objetivos sustentáveis. Dessa forma, o projeto desenvolvido durante as aulas de Biologia e Química não apenas promove ambientes mais limpos e saudáveis, mas também fortalece a comunidade escolar, criando um ambiente colaborativo e inclusivo onde a proteção do planeta é um objetivo comum.
Adicionalmente, iniciativas sustentáveis como projetos de reciclagem e compostagem, integrados ao currículo estudantil através de disciplinas de ciências e estudos sociais, proporcionam uma aprendizagem prática e interdisciplinar, preparando os alunos para enfrentar desafios ambientais futuros de maneira informada e engajada.
Escrito por Arthur Valli Luiz Corrêa, Heitor De Marchi Franco, Domênico Balota Nivoloni, Letícia Tavares Juns dos Santos, Victor Santos de Carvalho, Bruno de Almeida Toldo, alunos da 1ª série B do Colégio São Vicente de Paulo/Jundiaí e pelo professor Aurélio Tonetto, especial para o Diário de Notícias, 11 de junho de 2024.