Colégios Vicentinos

7ºA Narcisismo

Narcisismo: tendência comportamental muito comum na sociedade atual


O mito grego de Narciso relaciona-se à preocupação e admiração exageradas de algumas pessoas com a própria aparência. Fora de controle, o comportamento narcisista pode gerar sérias consequências aos indivíduos


É inegável a influência que a civilização e o pensamento gregos exerceram sobre o Ocidente ao longo da história. O fato é que até hoje é possível notar, entre os indivíduos, comportamentos que remetem a situações narradas em histórias mitológicas e que acabam por moldar a própria história da sociedade atual. O comportamento narcisista, que tem a sua origem relacionada ao mito grego de Narciso, está entre os que se destacam justamente pelo fato de estar atrelado ao modo como as pessoas atuam em uma época na qual se vive uma busca desenfreada pela imagem perfeita. Filho da ninfa Liríope e do deus Cefiso, Narciso era um rapaz encantado com sua própria beleza, o que o levou à morte por admirar a sua imagem refletida na água. A sua história o tornou símbolo da vaidade e pode se tornar o reflexo das consequências que a supervalorização da imagem pode trazer aos que não freiam a sua busca por ela.

Narcisismo e a fama a qualquer preço

As pessoas que sofrem do Transtorno da Personalidade Narcisista acham que são mais importantes que os outros. São controladoras, egoístas, manipuladoras e não sentem nenhuma empatia.
Hoje em dia, escuta-se muito a palavra eu, eu e eu. As pessoas ficam sem comer, fazem desafios que as colocam em risco, tudo isso para crescerem na internet e assim serem notadas.
Atualmente elas criam uma personalidade aparentemente perfeita nas redes sociais fazendo de tudo para serem admiradas e também utilizando a fama como poder para maltratar as pessoas ou até mesmo os animais apenas para serem reconhecidas pelas mídias sociais.
Os narcisistas fazem de tudo para estar no centro das atenções. Tal comportamento pode ser justificado pela grande admiração que eles têm por si próprios. Na mitologia grega, Narciso era um jovem que se apaixonou por seu reflexo na água e foi por aí que começou o narcisismo.

Narcisismo e a busca pelo corpo perfeito

As pessoas, quando veem fotos em redes sociais, se influenciam e fazem de tudo para ter o resultado “perfeito”. Muitos, para emagrecer, utilizam remédios, laxantes, fazem exercícios físicos em excesso, dietas, comem muito pouco, fazem jejum ou deixam de comer alguns grupos de alimentos. O uso desses remédios pode causar muitas consequências negativas, como: desregular os hormônios, a microbiota intestinal e o funcionamento dos rins. Usar os remédios frequentemente pode causar distúrbios alimentares e fazer muitos exercícios físicos pode causar problemas crônicos nas articulações, além de outros, que também afetam a saúde. Normalmente essas pessoas são: modelos, fisiculturistas ou quem quer ter o corpo “perfeito”.
Há também inúmeras pessoas que usam substâncias para aumentar a massa muscular. O uso de hormônios em quem não tem deficiência hormonal não é indicado, podendo ocorrer efeitos colaterais, como: infertilidade, aumento da pressão arterial, infarto, morte súbita e lesões no fígado. Vários fisiculturistas usam essas substâncias para terem os resultados mais rápidos.
Sempre ocorrem casos graves de internações por causa do uso de substâncias com essa finalidade. O médico Haroldo destaca: “Quando você vê essas pessoas, elas estão bonitas por fora, porém, perderam o limite e o medo. Usam estimulantes, anabolizantes e medicações perigosas. Os usuários já sabem que sofrerão efeitos colaterais. Uma pessoa deve ingerir de 1 a 2 gramas de proteína por quilo. Mas quando se ultrapassa essa quantidade, o excesso pode sobrecarregar ou lesar os rins a longo prazo.”

Os termogênicos são um dos suplementos mais vendidos, que aumentam a temperatura corporal e fazem com que o metabolismo basal aumente, permitindo uma queima de gordura maior. O uso de produtos químicos, como anabolizantes e silicone industrial acabam deformando os corpos e destruindo a saúde de quem os usa.

Distúrbios de imagem, de alimentação e cirurgias plásticas: a busca pelo corpo perfeito

Os padrões de beleza sempre existiram. Em cada cultura, cada época, uma ideia diferente do que seria o corpo perfeito estava na cabeça das pessoas; entretanto, esses ideais praticamente impossíveis de se alcançar podem levar à baixa autoestima, casos de distúrbios alimentares e até excessos de cirurgias para chegar ao “corpo ideal”. Isso é ruim porque excessos, tanto na alimentação quanto em cirurgias, não fazem bem; e é preciso buscar pelo equilíbrio. Os excessos e faltas são prejudiciais .
Hoje em dia, o conceito de beleza na verdade é virtual, com isso os indivíduos sociais sentem-se pressionados a corresponder ao padrão de beleza; caso contrário, sentem-se menos atraentes e inferiores.
Existem pessoas submetidas à cirurgia de amputação de membros e a processos de mudança corporal. É preciso buscar e identificar as diferenças entre as cirurgias que são necessárias e as que são feitas apenas para mudar algo pequeno do corpo do narcisista. Para ele, isso significa, na verdade, mudar muito para ter o “corpo ideal”. Dessa forma, os procedimentos cirúrgicos articulam a imagem corporal desse sujeito, fazendo-o mudar muito.
A busca por procedimentos cirúrgicos é motivada pelo transtorno de imagem, que consiste na insatisfação com o corpo. Esta passa a ser tão significativa que traz sofrimento psicológico. Essa insatisfação normalmente está ligada ao peso ou à forma do corpo. A pessoa se enxerga mais gorda do que de fato é, e essa distorção da imagem acaba, muitas vezes, podendo levá-la a transtornos alimentares.
Distúrbios alimentares podem ser originados de hábitos alimentares que causam danos à saúde, como a redução extrema ou consumo em excesso de alimentos.
Os distúrbios alimentares são mais comuns na adolescência e no começo da fase adulta. Eles estão relacionados a consequências psicológicas, como pressões sociais, ansiedade etc. Pessoas diagnosticadas com bulimia nervosa comem em maior quantidade. Elas forçam vômitos, usam laxantes e diuréticos, praticam jejum e exercícios físicos excessivos – isso está na rotina de quem tem esse transtorno alimentar.
Esse tipo de comportamento pode ocorrer em qualquer lugar, hora e dia.

Narcisismo e consumismo (ter/ser)

Para entender as relações entre o consumismo e o narcisismo, é melhor compreender os dois conceitos primeiro. Uma pessoa narcisista é o indivíduo que tem grande amor e admiração pela sua própria imagem. Geralmente costuma ser egoísta e manipuladora, acreditando que o mundo gira em torno de si. Já o consumismo, é o conceito de sentir necessidade de ter muitos objetos materiais sem precisar, ou simplesmente para dizer que os possui, e receber atenção.
O narcisismo cresce e movimenta o dinheiro. Um recente estudo calcula que o consumo está relacionado com os produtos que fazem as pessoas se sentirem melhor e se adequarem ao padrão estético explorado pelas redes sociais. A lista pode incluir carros e outros artigos de luxo como, por exemplo, cirurgias estéticas, vinhos de qualidade, joias e cosméticos.
Um dos motivos de o consumismo ter criado uma sociedade culturalmente narcisista foi o de ele poder se manifestar na fase adulta. A pessoa que depende do consumismo para complementar a sua vida, além de ser ansiosa, insegura e infeliz, é alienada. Ao buscar o caminho de comprar muitas coisas, ser consumista para suprir a carência afetiva por medo de ser abandonada e ter um vazio, ela acaba se afastando das pessoas e do meio em que vive.
O consumismo é caracterizado pelas sociedades modernas e pela expansão da globalização. Ele está inserido na denominada “Sociedade do Consumo”, onde ocorre um consumo excessivo e acelerado de bens materiais e serviços que visam, sobretudo, aos lucros das empresas e ao desenvolvimento econômico.
No dia a dia, são veiculadas várias propagandas que fazem o consumidor ter vontade de comprar. Isso é o ter, uma falsa felicidade em que os produtos acessíveis aos consumidores são codificados em caráter, valores e sentimentos.
O ter saudável apenas acontece quando um ser se reconhece, de uma personalidade de valores autênticos que tem como certeza dos seus princípios e tem como essência a real simplicidade e humildade.
Quando se faz referência ao ser, ela se relaciona à essência do ser humano, a tudo o que ele é, independentemente do que tem.

brasil.elpais.

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Narcisismo e redes sociais

Hoje em dia, vive-se em uma sociedade muito exposta por redes sociais, entre elas pode-se citar: Instagram, TikTok, Kwai, Facebook, Snapchat, entre outros. Nessas redes sociais, as pessoas postam seu dia a dia, conversas entre amigos e rates. Existem pessoas que têm um alto grau de narcisismo. Estas tendem a usar mais as redes sociais.
Nos últimos anos, os usuários de internet vêm ficando cada vez mais obcecados em ganhar visualizações e likes a qualquer custo. Querem ser reconhecidos por sua beleza, então muitos acabam usando filtros e maquiagens. Não se sentindo satisfeitos com sua própria aparência, muitos chegam ao extremo, fazendo cirurgias plásticas que podem afetar sua saúde, muitas vezes até ficando dias sem comer.
Como não aceitam sua aparência, alguns acabam tendo depressão, ou até cometem suicídio, então usam os filtros tentando melhorar sua autoestima.
O narcisista tem traços de personalidades específicos, como se sentir grandioso diante de outros. Os narcisistas se sentem superiores, também praticam forte exibicionismo, como se acharem mais fortes ou mais inteligentes que os outros. Até mesmo invejam outras pessoas ou intimidam-nas para se sentirem superiores.
Como foi dito anteriormente, uma pessoa narcisista normalmente desvaloriza o outro para que se sinta bem, o que dificulta as relações normais do dia a dia. Geralmente tem menos amigos e se sente solitária, o que a impulsiona a postar fotos com filtros nas redes sociais, tentar mudar a aparência para não ser reconhecida etc. Como alguns narcisistas se sentem humilhados por não terem amigos e serem desvalorizados, acabam tendo depressão, suicidam-se ou até mesmo tendem a assassinar quem os desvaloriza.

É fato que a cultura social do século XXI valoriza as pessoas mais pelo que elas possuem ou aparentam possuir do que pelo que elas verdadeiramente são e é nesse contexto que crescem nossas crianças e adolescentes, aprendendo a reproduzir um comportamento expositivo e carente da aprovação externa para seus feitos e imagem. O grande problema é que, ao crescerem dentro dessa esfera de valores, temos como resultado adultos inseguros, emocionalmente frágeis, consumistas e, consequentemente, despreparados para os desafios e dificuldades que a vida lhes impõe. A infelicidade se torna o pano de fundo da vida dessas pessoas que acreditam que todos são felizes, bonitos, saudáveis e prósperos o tempo todo, menos elas.
É difícil e doloroso, mas é preciso que nos reconheçamos como uma sociedade em desequilíbrio e necessitada de uma revisão em nossos valores sociais e espirituais para que possamos deixar de ser reféns das expectativas e padrões que por algum motivo não podemos alcançar. Do contrário, continuaremos nossa jornada nos mutilando, em diferentes sentidos, e desumanizando as futuras gerações que aprendem a agir e interagir com o mundo a partir de nossos exemplos.

Texto produzido pelos alunos do 7º ano A.

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