Programa Paranormal
Lá estava eu, tomando coragem para entrar na casa abandonada onde gravaríamos o famoso programa de TV: Programa Paranormal. Nele investigávamos casas e lugares que diziam ser assombrados.
Estava na calçada, de frente para o grande portão enferrujado, onde corvos olhavam fixamente para mim, passei me espremendo pelo portão e ajudei o câmera a passar também. Ele começou a gravar e avançamos em direção à casa. Atravessando o quintal, onde o mato chegava aos nossos joelhos, vimos a porta de entrada. A porta de madeira estava bem gasta e as janelas que estavam ao lado, quebradas.
Adentramos a casa pela porta que rangera ao ser aberta. O corredor estava muito escuro e, no chão, havia um grande tapete que se estendia até a beira de uma escada. Nas laterais, havia portas e, nas paredes, quadros velhos. Seguimos adiante em direção à escada. No teto havia muitas teias de aranha e, debaixo de nossos pés, os degraus rangiam ao passo.
Subimos para o segundo andar cada vez mais escuro, onde, no final do corredor, uma porta emitia luz pelas frestas. O corredor era escuro e havia pedaços de carne ensanguentada no chão, ficávamos mais tensos a cada passo dado. À medida que avançávamos, podíamos escutar um barulho vindo daquele quarto.
Chegamos à porta com o coração muito acelerado. Estava prestes a abrir a porta quando ela se abriu sozinha, congelei. Dentro havia um tipo de ser estranho, de quase três metros, corcunda, que comia algo em cima da mesa. A câmera que meu amigo segurava fez um alto barulho e estourou queimando suas mãos.
O ser rapidamente olhou para trás. Sua boca estava cheia de sangue, os dentes eram afiados, suas narinas mais pareciam dois buracos na cara, seus olhos estreitos emitiam uma cor verde brilhante e tinha grandes orelhas pontiagudas.
Com suas pernas estreitas, que pareciam de um lobo sem pelos, começou a se mexer e eu disparei para fora da sala com meu amigo logo atrás. O ser começou a nos perseguir e, rapidamente, ele alcançou meu amigo, com uma abocanhada arrancou-lhe a cabeça fora, e o sangue encheu o corredor.
Continuei fugindo desse ser e desci as escadas aos pulos, quando estava prestes a abrir a porta, senti algo me agarrar pelas costas, virei a cabeça para olhar desesperado e a criatura, com um sorriso maléfico de quem acabou de conseguir sua próxima refeição, levantou-me no ar e levou-me àquele quarto. Enquanto me debatia ferozmente, ele mordeu minha face e, com uma enorme dor se espalhando pelo meu corpo, dei meu último suspiro.