Colégios Vicentinos

Guilherme Pinheiro Jasluk – NARRATIVA DE FICÇÃO CIENTÍFICA

O menino “robô”
Olá, meu nome é Anderson, tenho 32 anos e contarei a história de minha complicada vida.
Hoje é dia 5 de setembro de 5032, faz cinco dias que descobri toda a verdade, minha vida inteira foi uma completa mentira e escreverei tudo neste diário digital. Não espero que alguém o leia futuramente, estou fazendo só para me distrair e desabafar.
Tudo começou em 4998, ano em que meus pais se casaram e decidiram ter filhos. Porém, não foi como esperado, minha mãe descobriu que tinha uma doença rara que a impossibilitava de engravidar. Seu marido a levou para fazer vários exames, com o intuito de ter certeza total sobre o fato que tinham acabado de descobrir e, infelizmente, não tinha jeito de curar a doença.
Dois anos depois, um amigo de minha mãe viu o anúncio de uma empresa que prometia criar pessoas a partir de uma impressora 3D que produzia órgãos e tecidos, contudo o processo era caro. Por sorte, meus pais tinham uma quantia que guardavam para fazer uma viagem nas férias e pagaram para que a empresa me criasse. Foi assim que eu nasci, a partir de uma impressora 3D.
Desde antes de eu nascer, minha família já me criticava, dizia que eu teria movimentos robóticos e que todos me achariam esquisito. Eles estavam certos, isso realmente aconteceu. Na escola eu sofria bullying e todos me davam apelidos como “E.T”, “bot” e diziam ser injusto competir comigo, pois, supostamente, eu nasci sabendo tudo.
Não sei o que se passava na cabeça deles, se eu soubesse tudo, não estaria na escola!
Eu não dava atenção para os apelidos, acabei me acostumando e, sinceramente, eu nem sabia o porquê de tantos xingamentos, na minha mente eu era “normal”. Hoje eu sei tudo o que aconteceu, mas antigamente eu era somente uma criança indefesa; eu também tinha e continuo tendo sentimentos!
Sou feliz por existir, mesmo não sendo igual às outras pessoas. A única coisa que me incomoda fortemente é o fato de ninguém ter me contado a verdade sobre eu ser um “robô”. Hoje em dia minha vida é normal, já aprendi várias coisas durante esses anos e consigo parecer menos robótico e mais humano.

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